A depressão está sendo considerada e tratada como uma doença humana do mundo moderno, quase uma epidemia, pois está presente na vida de ricos e pobres, de pessoas bem sucedidas ou fracassadas, de pessoas bem ou mal nutridas sem uma lógica racional aparente. Na verdade existe explicação para isso, mas ela não vem unicamente do domínio do paradigma materialista da ciência médica psiquiátrica, e sim dos estudos metafísicos e das considerações espirituais sobre a alma humana, que se encaixam perfeitamente sobre os resultados das mais recentes pesquisas da neurociência sobre o cérebro e a mente.
O que é depressão?
Segundo a visão geral da medicina psiquiátrica, e salvo as exceções, a depressão é um distúrbio afetivo de origem biológica e ambiental.
Numa publicação encontrada na internet, no site de um conceituado médico especializado em psiquiatria pela USP e terapeuta junguiano*, encontramos a seguinte explicação: “A depressão é uma doença, no sentido pleno da palavra, tão biológica quanto o diabete, a hipertensão ou uma fratura. Muitas vezes é pior, por ser mortal, já que leva ao suicídio, ou incapacitante, já que cronifica, tira o prazer das coisas, gera uma sensação de total falta de energia, profunda tristeza e vazio”.
Este é um conceito limitado ao paradigma materialista, que desconsidera as questões importantes relacionadas com a alma humana.
Vamos agora encarar a realidade metafísica da depressão, para compreender melhor também os aspectos neurobiológicos e ambientais e quanto eles influenciam.
A metafísica é um ramo da ciência, com enfoque mais filosófico que científico, que estuda as causas anteriores às manifestações físicas. Seus conceitos estão muito próximos da física quântica. No âmbito das doenças, a metafísica estuda os movimentos da consciência através das atitudes interiores que geram o efeito doença no corpo físico, levando em consideração também as influencias do ambiente. A metafísica encara o corpo como um mecanismo da manifestação da consciência e a alma como organizadora e estruturadora do corpo.
Na visão da metafísica, a depressão é encarada como um sinal de que estamos vivendo um momento de intensa insatisfação e contrariedades com a nossa natureza interior. A depressão é uma pressão do nosso ego racional sobre os desejos e aspirações da alma. Nossa alma indica um caminho para mudar uma situação, para crescer, mas o ego através da mente racional simplesmente nega a esse chamado da alma. Podemos assim dizer, que a depressão é uma tristeza profunda e crônica resultante da negação das aspirações da alma. Qualquer que seja a motivação embutida na depressão, a sua raiz principal e mais profunda está na alma humana que não está sendo considerada nas escolhas e decisões relacionadas com a vida.
A insistência em ser aquilo que não somos e a persistência em fazer aquilo que não é da nossa natureza faz com que nos sintamos tristes e frustrados, e a negação em dar atenção a esse sentimento indicativo aprofunda a tristeza até se tornar uma pressão quase insuportável. Ao persistir na negatividade mental e na tristeza, as emoções são afetadas e o cérebro desencadeia processos bioquímicos no corpo, compatíveis com o estado da negatividade. Por quanto mais tempo for a permanência nesse estado, mais crônica a situação se torna.
A depressão pode ser encarada como um sofrimento mental/emocional persistente, por pressão – “sofrer de-pressão” – do ego sobre a alma. Quando o ego se torna o mais importante guia dos desejos humanos, contrariando as verdadeiras aspirações da alma, o resultado é uma profunda contrariedade de sentimentos e um conflito mental/emocional que vai murchando a flor da vida na alma.
Podemos dizer, a partir dessas considerações, que depressão é uma doença da alma, ou, que sua origem está na alma.
Daí se compreende porque pessoas que alcançaram o auge de suas realizações e do sucesso também entram em depressão.
E as causas?
Embora a medicina psiquiátrica, de modo geral e salvo as exceções, descreva as causas da depressão como sendo de múltiplas origens, mas dando enfoque principalmente a fatores neuroquímicos e genéticos, portanto biológicos e físicos, e também a fatores ambientais, na verdade isso tudo já está a meio caminho da depressão, ou seja, a causa é mais profunda e anterior; está na alma. Os distúrbios neuroquímicos estão mais para efeitos multiplicadores do que para causas originais da depressão. Vamos lembrar: a alma é a organizadora e estruturadora do corpo, portanto, tudo o que se somatiza no corpo tem origem na alma.
Os distúrbios neurológicos, ou neuroquímicos, são resultantes das ações mentais e emocionais negativas persistentes, pois o cérebro é o processador da consciência, da mente e das emoções. Pode ser que essa tristeza profunda e crônica, que denominamos depressão, tenha sua motivação num trauma do passado, ou numa frustração, ou qualquer outro evento guardado com ressentimento e mágoa, na culpa e no remorso, mas esses são apenas indicadores certos de que em algum momento houve um desvio na rota das aspirações da alma.
As alterações neuroquímicas verificadas no cérebro de uma pessoa depressiva são os efeitos de sua atitude interior negativa persistente, e não a causa da depressão. A depressão veio antes que o cérebro a registrasse no âmbito físico do corpo. Mas a causa pode estar muito distante da realidade atual da pessoa, por isso, de um modo geral são considerados fatores mais próximos dessa realidade como sendo os seus causadores. Quando a causa considerada é física e biológica, como uma disfunção neurológica com desequilíbrio nos neurotransmissores, noradrenalina, dopamina e serotonina, ainda assim é preciso se considerar que isso foi originado por uma consciência perturbada que habita esse corpo, e essa perturbação pode ter suas raízes num passado muito distante em outra vida e trazida na alma.
São muitos os fatores que desencadeiam a depressão, mas qualquer que seja ele a raiz principal está numa insatisfação com a vida. Uma frustração por um desejo não realizado, por exemplo, pode ser motivo para uma pessoa se entristecer, mas o que a levará à depressão é uma associação desse evento com a insatisfação que se encontra em um nível mais profundo em sua alma, e a persistência no padrão da negatividade habitual.
Existem ainda fatores espirituais envolvidos na depressão, como motivadores ou estimuladores, tais como a aproximação de um espírito desencarnado em sofrimento, ou mesmo uma obsessão persistente, mas sempre com alguma associação ao modo como a pessoa vive e expressa a sua natureza. A depressão infantil também pode ter como causa o padrão depressivo trazido nas memórias de uma vida passada, ou seja, a causa está na alma assim como em todos os casos.
Os estudos mais recentes apontam ser pouco provável que a depressão resulte puramente de desequilíbrios químicos, exceto em raros casos de deficiências de vitaminas, acidente vascular ou outros fatores debilitantes do organismo físico. Mas, mesmo assim ainda não seriam estas as causas primárias e sim causas motivadoras secundárias. Depende muito da maneira como cada um lida com as suas emoções diante das situações difíceis da vida, e isso está diretamente relacionado ao grau de maturidade espiritual de cada um.
Enfim, são muitos os fatores desencadeadores da depressão, porém, a causa raiz na maior parte das vezes está em algum tipo de insatisfação com a vida. E essa insatisfação resulta das contrariedades com a natureza primordial e com as verdadeiras aspirações da alma, ou por excessivo egoísmo. Uma pessoa feliz com a vida, madura e gratificada por tudo o que tem não fica depressiva.
E a saída da depressão?
Existem muitas abordagens terapêuticas que podem ser aplicadas para a cura da depressão, desde a da Psiquiatria, das várias linhas da Psicologia, e da Psicoterapia Holística que tem sua própria abordagem, mais ampla, que estuda as causas metafísicas e espirituais além das motivações físicas e ambientais.
A Psicoterapia Holística trabalha, a partir da compreensão metafísica e da espiritualidade focada na alma humana, a modificação dos padrões mentais negativos condicionados e a transformação da consciência para uma harmonização plena da natureza interior da pessoa depressiva através do seu autoconhecimento, com orientações bem conduzidas, por técnicas eficazes e florais.
Se a vontade da pessoa depressiva não for suficientemente forte para sair da depressão com ajuda de psicoterapia e medicamentos alternativos, como florais, torna-se necessário combinar a psicoterapia com medicação alopática, e aí entra a psiquiatria. Mas nunca somente medicação, pois se a pessoa não recuperar o ânimo de viver, se não fizer a reconexão com a sua alma, a depressão estará apenas sendo mascarada e a qualquer momento diante de nova frustração ela pode retornar. É preciso alcançar uma compreensão mais profunda das razões de se existir, senão fica difícil aceitar que a alma é algo tão importante no fluxo da vida.
Confiar que só os medicamentos psiquiátricos irão curar a depressão é ariscar perder uma vida. No entanto há casos em que a medicação se faz necessária e sem ela a pessoa não consegue raciocinar logicamente e positivamente para fazer as mudanças de mentalidade necessárias, devido às deficiências no equilíbrio dos neurotransmissores. A cura definitiva da depressão acontece com a mudança da atitude interior e a reconexão com a alma. É preciso unir as partes em desarmonia e pacificar a alma, através de um corpo saudável e bem nutrido combinado com atitudes mentais positivas que estimulam emoções saudáveis. O corpo é a última fronteira da alma no âmbito da vida física, e tudo começa lá dentro, na alma, e se manifesta através dos pensamentos, a mente, e das emoções que tocam o corpo físico através de sua matriz energética no perispírito, o corpo etérico. A importância da boa e saudável atitude mental positiva é vital para se viver em harmonia com a alma e suas aspirações. É a alma que expressa no corpo e na vida as motivações que ensejam nossos sonhos e objetivos. Ela traz o programa estabelecido para a nossa evolução na vida física.
Depressão se cura com o movimento da consciência na direção das aspirações da alma, deixando de lado as ilusões do ego astuto e manipulador que ambiciona status, poder, riqueza, em detrimento daquilo que preenche a alma com satisfação e felicidade. Status, poder e riqueza são alcançáveis também pelos caminhos da alma, desde que estejam em seu programa de vida.
O ego também é importante, porque senão ele não existiria, mas ele não pode ser o senhor da vida. Ele é uma parte da alma projetado na personalidade, e sua finalidade é a de estimular a identidade da personalidade para expressar seus talentos a serviço dela mesma. Ele é um excelente servidor, servo da alma, mas quando dissociado dela reflete-se em ilusões. O ego é o eu menor a serviço do Eu Superior, como um servo que serve a um senhor.
Se for o seu caso estar “curtindo uma depressão”, eu recomendo que não leve muito a sério o que dizem a respeito dela, nem mesmo leve tão a sério a própria depressão, pois quanto mais pensar nela mais se afundará nela. Não é uma questão de negligenciar, mas de diminuir a importância e a energia aplicada nela. Lembre que energia segue o pensamento, então, cada vez que pensar na sua depressão estará alimentando ela com mais energia e ela se vitalizará cada vez mais. Abandone a ideia de que você é depressivo (a), isso é só um momento em sua vida, aproveite ele para refletir sobre o quanto está longe de casa, de seu interior, afastado da sua alma. Reflita sobre as contrariedades com a sua natureza interior e como está seguindo, ou negligenciando, às suas verdadeiras aspirações da alma.
Joel Goldsmith foi um grande curador espiritual e dizia que as doenças não existem na nossa natureza primordial e sim como resultado das desarmonias internas com essa natureza. Ele ensinava que a cura acontece não pela intenção de curar-se da doença em si colocando o foco na doença, mas ao contrário, por eliminar a ideia de doença da mente e simplesmente deixar-se estar saudável sentindo-se parte da natureza primordial divina perfeita em todas as suas dimensões. A mesma conclusão é encontrada nas pesquisas feitas hoje por médicos conceituados como o Dr. Deepak Chopra, médico indiano radicado nos Estados Unidos, autor de vários livros sobre saúde, espiritualidade e autoconhecimento.
A mente é o campo de atuação da consciência, ou, como muitos afirmam, ela própria é a criadora de tudo. Se a mente está focada na depressão e na doença, grande parte da energia vital vai para lá mantendo o estado depressivo e doentio. É claro que o sistema no qual está inserida a medicina alopática e a psiquiatria tem outra visão, pois ele está organizado pelas leis de mercado e não em favor do bem estar da vida do ser humano. Embora haja exceções no âmbito dos profissionais médicos e psiquiatras, a diretriz geral do sistema indica para a obtenção de lucro com as doenças, e os meios são justificativas para se alcançar os fins. O sistema organizado pela indústria de medicamentos, que forma a base na qual a medicina e a psiquiatria se desenvolveram no último século visa lucro com a doença, e nunca vai querer que todos estejam saudáveis e sem depressão.
Você entrou no jogo e acredita na depressão e na doença como sendo parte da nossa natureza primordial e da substância divina, como se Deus tivesse criado também a doença, a depressão e todos os males humanos. Isso não é verdade. Tudo o que contraria a natureza primordial perfeita caracteriza desvio de conduta perante as leis eternas. Toda doença é autodoença e toda cura é autocura; os médicos, terapeutas e outros curadores são apenas estimuladores do seu sistema interno de cura, seja através de procedimentos terapêuticos e medicamentos, seja através da sua potencialização pela palavra estimulante. Muitas vezes você deve ter tomado um comprimido placebo dado por seu médico e se curou sem saber que se tratava de pura farinha sem nenhum princípio ativo. O que aconteceu? A palavra do médico associada com o elemento físico do medicamento potencializou o seu sistema de autocura.
Lembro-me de um caso de uma cliente minha em terapia que sofria de crises agudas de renite alérgica; um dia no trabalho teve uma dessas crises fortes, e sem olhar meteu a mão na bolsa para pegar o comprimido habitual, só que em vez de pegar o comprimido da renite ela pegou um anticoncepcional e tomou. Ela teve os mesmos sintomas colaterais do medicamento da renite e o mesmo alívio, com o anticoncepcional. Será que anticoncepcional alivia os sintomas da renite alérgica, ou foi o efeito autocura, placebo, que aconteceu potencializado pela crença condicionada no medicamento?
Por que você não consegue então? É simples, você tem medo de confiar em sua natureza primordial saudável, em si mesmo (a), em sua própria capacidade interior, porque não é mais você quem está aí e sim um sistema sugerido pela sociedade. E o que é essa tal sociedade? Nada mais que um conceito abstrato que nivela a todos pela média. Você se tornou uma representação de um modelo aceito como real, mas que não passa de pura de ilusão. O sistema é muito astuto e bem articulado para manter todo ser humano o mais inconsciente possível de si através do medo provocado por “informações cientificamente comprovadas” a respeito de doenças, epidemias e pandemias, para que assim cada indivíduo seja mais uma peça produtiva, consumidora e lucrativa, uma utilidade inconsciente na sociedade. Você é só isso? Você se contenta em ser uma utilidade?
Resumindo tudo em uma única frase: Depressão é abandono de si. Se você não consegue sair da depressão sozinho (a) procure por uma ajuda terapêutica.
ImportanteEste artigo é só uma reflexão particular sobre a natureza da depressão sob o ponto de vista metafísico e da constituição da alma humana, sem pretensões maiores, escrito com base nas experiências e observações pessoais.
Luiz Antônio TrevizaniCRT 36768Psicoterapeuta holístico e metafísico, consultor em numerologia cabalística, conferencista e pesquisador da consciência humana, à frente do projeto Luz da Consciência desenvolvendo atividades no campo do autoconhecimento.