quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

A VERDADE CURA





Já se foi o tempo em que as doenças eram consideradas simplesmente o resultado da disfunção ou desgaste do corpo físico somente. A ciência avança no sentido de demonstrar o quanto os fatores psicológicos influenciam no desequilíbrio orgânico e começamos a ser vistos de um modo integral, resgatando velhos conceitos do orientalismo que sempre enxergou o corpo físico como parte de um todo. E, de fato, é assim que funciona a nossa saúde física, refletindo aspectos bem mais profundos do nosso ser, que precisam ser revelados para nos reconduzirmos ao caminho do equilíbrio e, portanto, da saúde.

E, dentro desta visão mais apurada, como podemos definir ‘doença’ e ‘saúde’? A doença física é a ponta do iceberg, a parte visível dos desequilíbrios dos corpos mais sutis, um termômetro que acusa a necessidade iminente de uma reversão em algum quadro psíquico. Utilizando-nos de conceitos da espiritualidade e da metafísica podemos explicar a doença da seguinte forma: nós possuímos corpos mais sutis, entre eles nos interessa agora falarmos de quatro corpos, corpo físico, energético, emocional e mental. Tudo principia no corpo mental onde os registros dos condicionamentos adquiridos começam a gerar formas-pensamento negativas, ou seja, ondas mentais que “informam” a cada partícula do corpo emocional como devem agir.

Assim, podemos pensar que o corpo mental é o degrau mais alto de uma escada de quatro degraus, e todos os padrões de pensamento ali produzidos irão modelar os outros corpos inferiores, descendo degrau a degrau até atingir o corpo físico. Então, se você gerar vibrações mentais de injustiça, impotência, incapacidade, desamor, etc, você estará contaminando o corpo imediatamente abaixo, neste caso, o emocional, também conhecido como corpo astral. Neste ponto sua mente já está doente! Você tem pensamentos constantemente perturbados, negativos, confusos, provocando um caos mental que desordena os corpos inferiores. A partir daí, o corpo emocional é atingido e, por sua vez, entra num turbilhão de emoções negativas que, a maioria delas, são provocadas por pensamentos repetitivos referentes a situações do passado, ilusões que não se referem à realidade presente e sim a traumas ou condicionamentos. Geralmente são estas ideias obsessivas que o indivíduo alimenta em sua mente racional que levam seu corpo emocional ao stress e ao colapso. Sobrevém o medo, a angústia, a tristeza, a raiva, o remorso, e tudo isso de um modo também repetitivo, ecoando fatos do passado, daí chamarmos estas emoções de ressentimentos, ou seja, sentimentos que se repetem.

Este segundo corpo, o emocional, o segundo degrau de cima para baixo, se desequilibra e começa a produzir vibrações negativas alterando o modelo original do próprio corpo físico, pois este corpo emocional tem a função de modelar os outros dois corpos inferiores, o energético e o físico. O corpo energético é o corpo dos chackras, centros de força ou ‘órgãos energéticos’ que possuem funções específicas e geram vitalidade ao corpo físico. Quando o desequilíbrio mental atinge este terceiro degrau descendente, a pessoa já está a um passo da doença se instalar no físico, pois o corpo energético é feito de energias mais densas, que já são consideradas materiais. Isto explica os sintomas que podemos sentir, como dor, enjoo, mal-estar, tontura, etc, sem nem mesmo se verificar, ainda, qualquer problema físico, pois os chackras afetam o nosso sistema nervoso gerando sensações aparentemente físicas.

Não demora e a doença chega ao nosso corpo mais denso, o físico, manifestando-se nos órgãos que correspondem aos padrões mentais e emocionais que se desvirtuaram, promovendo a chamada psicossomatização. Logo, chegamos a uma conclusão clara de que precisamos corrigir estes padrões para que nenhuma doença se instale em nossos corpos mais densos. Podemos, então, compreender a doença como o desvio do verdadeiro caminho de nossa essência.

Quando vivenciamos a nossa verdade, sem corrupções, sem ceder às tentativas da sociedade em nos adequar, adaptar e com isto neutralizar a nossa individualidade, e nos colocamos verdadeiros, inteiros e corajosamente assumimos quem somos e aos nossos sonhos enfrentando críticas, dificuldades, enfim, todos os tipos de barreiras, e seguimos o fluxo da vida sem entraves, então evoluímos! Ser saudável é evoluir e ser inteiro em sua verdade! Podemos assim dizer que somente a verdade cura! A própria palavra ‘saúde’ vem do Latim salutare, “saudar”, relacionada a salvus, “salvo, em segurança”, ou seja, precisamos nos colocar inteiros, sem abandonarmos nenhuma parte de quem somos em essência, para obtermos plena saúde!

Precisamos preservar ‘em segurança’ cada pequena parte dos nossos verdadeiros sentimentos e buscarmos viver o nosso caminho evolutivo prazerosamente, livremente, rumo à nossa auto realização! Toda vez que mentimos para nós mesmos, colocando o nosso ego (razão) contra o nosso eu (sentimento puro) nos sabotamos e adoecemos! A mentira adoece e a verdade cura! Sempre que você mente para si e para o mundo, tentando ocultar o medo, a raiva, a tristeza, etc, você apenas ‘joga’ para o andar de baixo (corpos inferiores) todo o lixo emocional e energético até que ele atinja o andar térreo, o corpo físico, gerando inúmeras doenças.

Seja verdadeiro, siga seu coração, seja puro como a criança que renasce a cada dia e vê um mundo de possibilidades à sua frente e se sentirá revigorado, energizado e saudável, pois as energias da natureza e as energias cósmicas irão fluir para você a partir do momento em que você se colocar parte do todo, merecedor de uma vida plena e, portanto, livre para ser você mesmo!

Fonte: Marcello Cotrim (Matéria publicada na Revista Samadhi nº 07)

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