FÍGADO
ÓRGÃO DA MUDANÇA
FORÇA AGRESSIVA
O fígado é o maior órgão do corpo. Está localizado na parte superior da cavidade abdominal. Uma de suas funções consiste na produção da bile.
As atividades indiretas do fígado consistem na sintetização dos elementos necessários à coagulação e à desintoxicação sangüínea. Esta última é feita graças à absorção e remoção de bactérias e corpúsculos estranhos ao sangue.
A moderação é a condição de fundamental importância para o bom funcionamento do fígado. Os excessos no plano físico ocorrem com o uso demasiado de gorduras, álcool e drogas. Essa atitude tem sua origem na falta de respeito a seus próprios limites, o que leva aos já conhecidos complexos de superioridade e de inferioridade.
O bom senso é fator primordial para o perfeito funcionamento do fígado. Ele sempre desempenhará bem suas funções na medida em que formos moderados e comedidos diante dos fatos que ocorrerem à nossa volta.
Perceba como anda seu humor. Você se altera com freqüência diante das diferentes situações? A alteração do humor interfere diretamente na função metabólica do fígado. Encarar serenamente uma situação difícil, sem dramatizar os fatos, torna as coisas mais leves e fáceis de serem digeridas. Esse comportamento facilita a decomposição dos alimentos em nosso corpo, até mesmo os mais pesados, como a gordura.
As pessoas dramáticas, ao alardearem tudo que lhes acontece, tornam as coisas mais difíceis de serem resolvidas, dificultando a função do fígado em metabolizar elementos mais complexos.
Sua capacidade de desintoxicação do sangue está diretamente relacionada à capacidade do indivíduo em discernir e avaliar o que ocorre à sua volta, ou seja, na distinção entre o que lhe é útil e o que não lhe serve, entre o que lhe proporciona prazer e alegria e aquilo que lhe provoca desconforto.
O fígado é um órgão que gera, distribui e controla o suprimento de energia do corpo, modulando a força vital. Ao sentirmos uma perda em nosso entusiasmo pela vida, sentiremos também uma redução do apetite. Tudo que resultar em vitalidade será por nós evitado. Esse padrão de comportamento pode provocar a anemia ou mesmo distúrbios de coagulação sangüínea, levando a freqüentes hemorragias.
Nosso organismo tem grande facilidade de adaptação a novas condições, sejam elas climáticas ou alimentares. Essa capacidade é grandemente prejudicada nas pessoas que não possuem essa mesma facilidade com relação a situações novas. Para elas, as mudanças são acompanhadas de desarranjos gastrointestinais ou mesmo de outras alterações metabólicas, principalmente do fígado. Portanto, rejeitar o novo e não saber extrair o melhor da situação prejudica a função desse órgão de absorver e eliminar corpúsculos estranhos ao sangue.
Possui também uma grande capacidade de regeneração, qualidade intensificada em pessoas mais flexíveis às mudanças e com maior facilidade em se refazerem a partir de situações difíceis.
O fígado é a principal víscera produtora da energia agressiva. A agressividade é a nossa condição de conquista em determinadas circunstâncias. É a nossa capacidade de imposição na vida, necessária para mantermos nossa integridade e permanecermos em harmonia com nossa natureza íntima. Ela corresponde à firmeza de caráter ao manter os pontos de vista e conquistar os espaços que pretendemos no meio em que vivemos.
A agressividade não resulta necessariamente em violência. Esta surge quando a reprimimos em diversas situações, até o ponto em que explodimos, provavelmente contra alguém que está longe de ser o pivô de nossa revolta, mas foi eleito por nós. E a "gota d'água" que transbordou.
Com firmeza e determinação conquistamos nossos espaços, mantendo o poder sobre qualquer situação, sem a menor necessidade do uso da violência. A determinação, somada com energia agressiva, resulta invariavelmente na conquista de quaisquer objetivos, sem nos deixar contagiar com pressões do meio. Ela nos permite explorar novos horizontes ou mesmo manter o que já conquistamos na vida.
A negação da agressividade provoca a raiva. Ela surge quando contemos a força agressiva e negamos nossa capacidade de agir. A raiva é o instinto básico que mobiliza as forças agressivas ou destrutivas, tão logo nossa integridade moral e física seja ameaçada. Essas forças podem ser mantenedoras da vida ou, por outro lado, as iniciadoras do processo de autodestruição.
A manutenção da vida se dá por intermédio da destruição do alimento pelo processo da digestão. Analogamente, essa manutenção também é conseguida com a destruição de todas as situações que possam pôr em risco nossa integridade moral ou física.
Ê com a energia da raiva que nos impomos diante das contrariedades. É com ela que evitamos a invasão de idéias ou sugestões contrárias ao nosso interesse. E é também por meio dela que, se acharmos necessário, demonstramos toda a nossa vitalidade por intermédio do uso da força física.
Ao brigarmos para defender tudo que queremos, pensamos ou sentimos, fazemos uso dessa energia, mobilizando nossos instintos básicos e nossa vitalidade para a destruição daquilo que sentimos como ameaça. Muitas vezes essas forças primárias são verdadeiras alavancas para conquistas e, conseqüentemente, para nosso crescimento interno.
Quando não aceitamos a raiva que sentimos, fazemos mal uso dessa força. Assim, a raiva produzida é direcionada a algum alvo. Esse alvo podem ser as pessoas à nossa volta — com quem nos tornamos ríspidos e agressivos, mesmo que não tenham nenhuma relação com aquilo que provocou esse sentimento — ou nós mesmos. No caso da raiva direcionada contra nós, passaremos a nos sentir arrasados e vitimados pela situação criada.
No entanto, ao usarmos essa energia primária contra nós mesmos, estaremos nos valendo de sua utilização destrutiva ao organismo. Inicia-se aí um processo de alteração metabólica, resultando em doenças nos órgãos da digestão ou mesmo em outros órgãos que possuam relações metafísicas com as situações não exteriorizadas que nos causam desconforto.
A sensação básica da raiva independe de nossa vontade consciente. Ela é resultante da agressividade não expressa e nasce em nós com a função de destruir os bloqueios que impedem os impulsos agressivos mantenedores da integridade.
A raiva surge com muita freqüência quando esperamos que a vida e as pessoas correspondam àquilo que idealizamos. Evidentemente isso significa frustração.
Como temos por hábito reagir com agressividade às contrariedades, passamos a odiar tudo aquilo que contraria uma ordem preestabelecida. Quando esse sentimento não é expresso, passamos apenas a reclamar da situação. A reclamação é a manifestação autodestrutiva da raiva, gerando uma atmosfera contagiante de negativismo.
A atitude queixosa demonstra o mal uso de uma energia produzida para se impor na situação. Queixar-se é tentar se convencer daquilo que não sente em seu íntimo, para justificar sua má atuação em um acontecimento.
Também reclamamos quando nos sentimos ameaçados. Reagimos imediatamente, produzindo uma força destrutiva, que é contida naquele momento, sendo posteriormente dirigida pela reclamação, com que inconscientemente buscamos destruir tudo aquilo que consideramos ameaçador.
E comum em quem reclama não fazer nada de construtivo. Ao contrário, é uma maneira de lançar uma força destrutiva por meio da verbalização aos outros. Isso mostra um mau direcionamento dessa força, que não é lançada para solucionar a situação, mas sim para complicar. A pessoa que reclama se torna amarga e odiosa. A maneira que encontra para se desvencilhar disso é por meio da reclamação, produzindo uma energia pesada e amargurada.
HEPATITE
RESISTÊNCIA AO NOVO GERANDO BLOQUEIO DO FLUXO NATURAL DE ATUAÇÃO NA VIDA
A hepatite é o processo inflamatório do fígado caracterizado pela morte difusa ou irregular das células hepáticas.
A hepatite tem suas raízes na dificuldade de algumas pessoas em aceitar as mudanças, em permitir que situações novas entrem em seu mundo. A resistência em largar aquilo que já não lhe serve mais acaba por causar, por vezes, um enorme conflito, geralmente acompanhado da raiva. Pode-se dizer que o medo do novo leva-as a bloquear seu fluxo natural nessa nova fase da vida. A negação da força necessária para se impor diante das situações novas provoca a morte irregular das células hepáticas. Trata-se de um comportamento típico dos indivíduos medrosos.
O medo, como uma forma de rejeição à vida, leva-os a sentirem-se "coitados". Sentem-se lesados ao menor sinal de mudança. Sua grande dose de mimo os mantém despreparados para enfrentar as situações novas do cotidiano.
A hepatite expressa a irritação de uma pessoa mimada quando as coisas não ocorrem como ela quer. O mimado nega fazer por si e quer que os outros o acompanhem ou façam por ele. A resistência na cooperação mútua é também um traço predominante na personalidade das pessoas que desenvolvem o processo inflamatório do fígado.
CIRROSE
AUTODESTRUIÇÃO
A cirrose se refere a uma fibrose ou cicatrização resultando na formação de nódulos. Na cirrose, o fígado pode apresentar-se aumentado ou reduzido em seu tamanho.
Surge quando a agressividade é direcionada contra a própria pessoa. Quando nos sentimos enfurecidos e não exteriorizamos o que estamos sentindo, provocamos imediatamente a inversão da raiva contra nós mesmos. O uso da agressividade ocorre quando ficamos do lado dos outros, portanto contra nós. Ao nos posicionarmos contra nossos valores e a favor dos outros, colocamo-nos para trás, arrasando-nos diante de quaisquer situações. No momento em que nos sentimos o pior dos piores, damos início a um processo autodestrutivo.
Quando nos punimos, desencadeamos uma degeneração orgânica, quer seja por meio de um vício, por exageros alimentares ou mesmo pela ingestão de qualquer elemento nocivo ao corpo. A expressão do processo destrutivo afeta diretamente o fígado, berço de nossa agressividade. É freqüente encontrarmos pessoas inibidas frente a situações em que não conseguem expor sua raiva. São momentos como esses que determinam o quanto cedemos às pressões, contendo assim todo o nosso fluxo de agressividade que resultaria na solução do problema. Isso ocorre por mantermos viva dentro de nós uma figura castradora, representada por alguém que pode até mesmo não fazer parte de nosso convívio atual, mas ocupou importante papel em nossa vida.
Ainda que você sinta que essa sensação, trazida provavelmente da infância, possa estar lhe reprimindo, convido você a tomar parte nessa viagem ao passado.
Lembre-se do quanto você se intimidava diante da autoridade de uma pessoa que representava muito para você. Agora recorde um fato presente em que você conteve sua agressividade. Sentiu? A sensação foi a mesma. O que se verificou é que ainda hoje você nega seus impulsos e se reprime, da mesma forma que agia em épocas remotas.
A pessoa se deixa dominar porque dá mais importância aos outros do que a si, delega a eles o poder de fazê-la feliz. Espelha-se nos outros, negando sua natureza íntima. Torna-se dependente da opinião alheia. Não se aprova nem se permite ser o que é.
O elo que nos une a essa pessoa só existe porque ainda esperamos dela a consideração e a aprovação que jamais teremos. Só seremos respeitados quando tivermos exercitado o respeito próprio e a autoconsideração.
O processo autodestrutivo relacionado à cirrose torna-se claro no alcoolismo. Sentindo-se preso e sufocado, o alcoólatra usa toda a sua agressividade contra si próprio, iniciando um processo de desvalorização. Ele não tem consciência clara do quanto sufocado ainda se encontra. Tenta fugir das inadequações por meio da pseudoliberação que o álcool lhe proporciona. É de praxe um alcoólatra contar mentiras. Elas são tentativas de efetivar um sonho de adequação ao meio, por sua vez muito diferente da realidade que traz consigo.
O alcoólatra tem uma acentuada dose de orgulho, o que torna difícil para ele aceitar as condições internas. A fuga por meio da bebida mostra o despreparo para enfrentar dificuldades e se impor sobre o meio.
Ele ironiza a situação por não querer fazer parte dela. Luta tentando ser diferente, mas não consegue romper as amarras que o tornam igual às pessoas. No entanto, sua maior luta é contra si mesmo.
Sua capacidade de se impor frente às dificuldades é usada contra si, arrastando-se a um processo de autodestruição moral e física.
As pessoas que convivem com alcoólatras são agredidas direta ou indiretamente por suas atitudes. Esse convívio é bem compreendido se tomarmos como base a atração que existe entre eles. Apesar de terem comportamentos opostos diante da vida, ambas represam sua agressividade.
O alcoólatra, de um lado, quer romper com a sociedade, "avacalhando-se" diante dela no intuito de rebelar-se contra as normas impostas pelo meio. Do outro lado, as pessoas que o cercam fazem questão de serem "certinhas" para provarem que são capazes. Elas não se impõem naturalmente na vida e possuem tendência a usar sua agressividade contra si próprias.
Essa atitude provoca a degeneração lenta e gradual do fígado. As marcas dessa autopunição são expressas como cicatrizes nesse órgão, interferindo na função e em seu volume.
Metafísica da Saúde Vol. 1
ÓRGÃO DA MUDANÇA
FORÇA AGRESSIVA
O fígado é o maior órgão do corpo. Está localizado na parte superior da cavidade abdominal. Uma de suas funções consiste na produção da bile.
As atividades indiretas do fígado consistem na sintetização dos elementos necessários à coagulação e à desintoxicação sangüínea. Esta última é feita graças à absorção e remoção de bactérias e corpúsculos estranhos ao sangue.
A moderação é a condição de fundamental importância para o bom funcionamento do fígado. Os excessos no plano físico ocorrem com o uso demasiado de gorduras, álcool e drogas. Essa atitude tem sua origem na falta de respeito a seus próprios limites, o que leva aos já conhecidos complexos de superioridade e de inferioridade.
O bom senso é fator primordial para o perfeito funcionamento do fígado. Ele sempre desempenhará bem suas funções na medida em que formos moderados e comedidos diante dos fatos que ocorrerem à nossa volta.
Perceba como anda seu humor. Você se altera com freqüência diante das diferentes situações? A alteração do humor interfere diretamente na função metabólica do fígado. Encarar serenamente uma situação difícil, sem dramatizar os fatos, torna as coisas mais leves e fáceis de serem digeridas. Esse comportamento facilita a decomposição dos alimentos em nosso corpo, até mesmo os mais pesados, como a gordura.
As pessoas dramáticas, ao alardearem tudo que lhes acontece, tornam as coisas mais difíceis de serem resolvidas, dificultando a função do fígado em metabolizar elementos mais complexos.
Sua capacidade de desintoxicação do sangue está diretamente relacionada à capacidade do indivíduo em discernir e avaliar o que ocorre à sua volta, ou seja, na distinção entre o que lhe é útil e o que não lhe serve, entre o que lhe proporciona prazer e alegria e aquilo que lhe provoca desconforto.
O fígado é um órgão que gera, distribui e controla o suprimento de energia do corpo, modulando a força vital. Ao sentirmos uma perda em nosso entusiasmo pela vida, sentiremos também uma redução do apetite. Tudo que resultar em vitalidade será por nós evitado. Esse padrão de comportamento pode provocar a anemia ou mesmo distúrbios de coagulação sangüínea, levando a freqüentes hemorragias.
Nosso organismo tem grande facilidade de adaptação a novas condições, sejam elas climáticas ou alimentares. Essa capacidade é grandemente prejudicada nas pessoas que não possuem essa mesma facilidade com relação a situações novas. Para elas, as mudanças são acompanhadas de desarranjos gastrointestinais ou mesmo de outras alterações metabólicas, principalmente do fígado. Portanto, rejeitar o novo e não saber extrair o melhor da situação prejudica a função desse órgão de absorver e eliminar corpúsculos estranhos ao sangue.
Possui também uma grande capacidade de regeneração, qualidade intensificada em pessoas mais flexíveis às mudanças e com maior facilidade em se refazerem a partir de situações difíceis.
O fígado é a principal víscera produtora da energia agressiva. A agressividade é a nossa condição de conquista em determinadas circunstâncias. É a nossa capacidade de imposição na vida, necessária para mantermos nossa integridade e permanecermos em harmonia com nossa natureza íntima. Ela corresponde à firmeza de caráter ao manter os pontos de vista e conquistar os espaços que pretendemos no meio em que vivemos.
A agressividade não resulta necessariamente em violência. Esta surge quando a reprimimos em diversas situações, até o ponto em que explodimos, provavelmente contra alguém que está longe de ser o pivô de nossa revolta, mas foi eleito por nós. E a "gota d'água" que transbordou.
Com firmeza e determinação conquistamos nossos espaços, mantendo o poder sobre qualquer situação, sem a menor necessidade do uso da violência. A determinação, somada com energia agressiva, resulta invariavelmente na conquista de quaisquer objetivos, sem nos deixar contagiar com pressões do meio. Ela nos permite explorar novos horizontes ou mesmo manter o que já conquistamos na vida.
A negação da agressividade provoca a raiva. Ela surge quando contemos a força agressiva e negamos nossa capacidade de agir. A raiva é o instinto básico que mobiliza as forças agressivas ou destrutivas, tão logo nossa integridade moral e física seja ameaçada. Essas forças podem ser mantenedoras da vida ou, por outro lado, as iniciadoras do processo de autodestruição.
A manutenção da vida se dá por intermédio da destruição do alimento pelo processo da digestão. Analogamente, essa manutenção também é conseguida com a destruição de todas as situações que possam pôr em risco nossa integridade moral ou física.
Ê com a energia da raiva que nos impomos diante das contrariedades. É com ela que evitamos a invasão de idéias ou sugestões contrárias ao nosso interesse. E é também por meio dela que, se acharmos necessário, demonstramos toda a nossa vitalidade por intermédio do uso da força física.
Ao brigarmos para defender tudo que queremos, pensamos ou sentimos, fazemos uso dessa energia, mobilizando nossos instintos básicos e nossa vitalidade para a destruição daquilo que sentimos como ameaça. Muitas vezes essas forças primárias são verdadeiras alavancas para conquistas e, conseqüentemente, para nosso crescimento interno.
Quando não aceitamos a raiva que sentimos, fazemos mal uso dessa força. Assim, a raiva produzida é direcionada a algum alvo. Esse alvo podem ser as pessoas à nossa volta — com quem nos tornamos ríspidos e agressivos, mesmo que não tenham nenhuma relação com aquilo que provocou esse sentimento — ou nós mesmos. No caso da raiva direcionada contra nós, passaremos a nos sentir arrasados e vitimados pela situação criada.
No entanto, ao usarmos essa energia primária contra nós mesmos, estaremos nos valendo de sua utilização destrutiva ao organismo. Inicia-se aí um processo de alteração metabólica, resultando em doenças nos órgãos da digestão ou mesmo em outros órgãos que possuam relações metafísicas com as situações não exteriorizadas que nos causam desconforto.
A sensação básica da raiva independe de nossa vontade consciente. Ela é resultante da agressividade não expressa e nasce em nós com a função de destruir os bloqueios que impedem os impulsos agressivos mantenedores da integridade.
A raiva surge com muita freqüência quando esperamos que a vida e as pessoas correspondam àquilo que idealizamos. Evidentemente isso significa frustração.
Como temos por hábito reagir com agressividade às contrariedades, passamos a odiar tudo aquilo que contraria uma ordem preestabelecida. Quando esse sentimento não é expresso, passamos apenas a reclamar da situação. A reclamação é a manifestação autodestrutiva da raiva, gerando uma atmosfera contagiante de negativismo.
A atitude queixosa demonstra o mal uso de uma energia produzida para se impor na situação. Queixar-se é tentar se convencer daquilo que não sente em seu íntimo, para justificar sua má atuação em um acontecimento.
Também reclamamos quando nos sentimos ameaçados. Reagimos imediatamente, produzindo uma força destrutiva, que é contida naquele momento, sendo posteriormente dirigida pela reclamação, com que inconscientemente buscamos destruir tudo aquilo que consideramos ameaçador.
E comum em quem reclama não fazer nada de construtivo. Ao contrário, é uma maneira de lançar uma força destrutiva por meio da verbalização aos outros. Isso mostra um mau direcionamento dessa força, que não é lançada para solucionar a situação, mas sim para complicar. A pessoa que reclama se torna amarga e odiosa. A maneira que encontra para se desvencilhar disso é por meio da reclamação, produzindo uma energia pesada e amargurada.
HEPATITE
RESISTÊNCIA AO NOVO GERANDO BLOQUEIO DO FLUXO NATURAL DE ATUAÇÃO NA VIDA
A hepatite é o processo inflamatório do fígado caracterizado pela morte difusa ou irregular das células hepáticas.
A hepatite tem suas raízes na dificuldade de algumas pessoas em aceitar as mudanças, em permitir que situações novas entrem em seu mundo. A resistência em largar aquilo que já não lhe serve mais acaba por causar, por vezes, um enorme conflito, geralmente acompanhado da raiva. Pode-se dizer que o medo do novo leva-as a bloquear seu fluxo natural nessa nova fase da vida. A negação da força necessária para se impor diante das situações novas provoca a morte irregular das células hepáticas. Trata-se de um comportamento típico dos indivíduos medrosos.
O medo, como uma forma de rejeição à vida, leva-os a sentirem-se "coitados". Sentem-se lesados ao menor sinal de mudança. Sua grande dose de mimo os mantém despreparados para enfrentar as situações novas do cotidiano.
A hepatite expressa a irritação de uma pessoa mimada quando as coisas não ocorrem como ela quer. O mimado nega fazer por si e quer que os outros o acompanhem ou façam por ele. A resistência na cooperação mútua é também um traço predominante na personalidade das pessoas que desenvolvem o processo inflamatório do fígado.
CIRROSE
AUTODESTRUIÇÃO
A cirrose se refere a uma fibrose ou cicatrização resultando na formação de nódulos. Na cirrose, o fígado pode apresentar-se aumentado ou reduzido em seu tamanho.
Surge quando a agressividade é direcionada contra a própria pessoa. Quando nos sentimos enfurecidos e não exteriorizamos o que estamos sentindo, provocamos imediatamente a inversão da raiva contra nós mesmos. O uso da agressividade ocorre quando ficamos do lado dos outros, portanto contra nós. Ao nos posicionarmos contra nossos valores e a favor dos outros, colocamo-nos para trás, arrasando-nos diante de quaisquer situações. No momento em que nos sentimos o pior dos piores, damos início a um processo autodestrutivo.
Quando nos punimos, desencadeamos uma degeneração orgânica, quer seja por meio de um vício, por exageros alimentares ou mesmo pela ingestão de qualquer elemento nocivo ao corpo. A expressão do processo destrutivo afeta diretamente o fígado, berço de nossa agressividade. É freqüente encontrarmos pessoas inibidas frente a situações em que não conseguem expor sua raiva. São momentos como esses que determinam o quanto cedemos às pressões, contendo assim todo o nosso fluxo de agressividade que resultaria na solução do problema. Isso ocorre por mantermos viva dentro de nós uma figura castradora, representada por alguém que pode até mesmo não fazer parte de nosso convívio atual, mas ocupou importante papel em nossa vida.
Ainda que você sinta que essa sensação, trazida provavelmente da infância, possa estar lhe reprimindo, convido você a tomar parte nessa viagem ao passado.
Lembre-se do quanto você se intimidava diante da autoridade de uma pessoa que representava muito para você. Agora recorde um fato presente em que você conteve sua agressividade. Sentiu? A sensação foi a mesma. O que se verificou é que ainda hoje você nega seus impulsos e se reprime, da mesma forma que agia em épocas remotas.
A pessoa se deixa dominar porque dá mais importância aos outros do que a si, delega a eles o poder de fazê-la feliz. Espelha-se nos outros, negando sua natureza íntima. Torna-se dependente da opinião alheia. Não se aprova nem se permite ser o que é.
O elo que nos une a essa pessoa só existe porque ainda esperamos dela a consideração e a aprovação que jamais teremos. Só seremos respeitados quando tivermos exercitado o respeito próprio e a autoconsideração.
O processo autodestrutivo relacionado à cirrose torna-se claro no alcoolismo. Sentindo-se preso e sufocado, o alcoólatra usa toda a sua agressividade contra si próprio, iniciando um processo de desvalorização. Ele não tem consciência clara do quanto sufocado ainda se encontra. Tenta fugir das inadequações por meio da pseudoliberação que o álcool lhe proporciona. É de praxe um alcoólatra contar mentiras. Elas são tentativas de efetivar um sonho de adequação ao meio, por sua vez muito diferente da realidade que traz consigo.
O alcoólatra tem uma acentuada dose de orgulho, o que torna difícil para ele aceitar as condições internas. A fuga por meio da bebida mostra o despreparo para enfrentar dificuldades e se impor sobre o meio.
Ele ironiza a situação por não querer fazer parte dela. Luta tentando ser diferente, mas não consegue romper as amarras que o tornam igual às pessoas. No entanto, sua maior luta é contra si mesmo.
Sua capacidade de se impor frente às dificuldades é usada contra si, arrastando-se a um processo de autodestruição moral e física.
As pessoas que convivem com alcoólatras são agredidas direta ou indiretamente por suas atitudes. Esse convívio é bem compreendido se tomarmos como base a atração que existe entre eles. Apesar de terem comportamentos opostos diante da vida, ambas represam sua agressividade.
O alcoólatra, de um lado, quer romper com a sociedade, "avacalhando-se" diante dela no intuito de rebelar-se contra as normas impostas pelo meio. Do outro lado, as pessoas que o cercam fazem questão de serem "certinhas" para provarem que são capazes. Elas não se impõem naturalmente na vida e possuem tendência a usar sua agressividade contra si próprias.
Essa atitude provoca a degeneração lenta e gradual do fígado. As marcas dessa autopunição são expressas como cicatrizes nesse órgão, interferindo na função e em seu volume.
Metafísica da Saúde Vol. 1